Sempre tive curiosidade em visitar a Duna do Pilat. De todas as vezes que me falaram deste local só disseram maravilhas, realçaram a sua beleza e a dificuldade de subir a maior duna da Europa, que se formou ao longo de 40 séculos.
Só não me disseram uma coisa muito simples, mas, que no fim, é a mais significativa de todas.
Segui a recomendação de chegar ao fim da tarde. Nessa altura começa a diminuir o fluxo de visitantes — são muitos — e a experiência torna-se mais gratificante. Ainda assim encontrei uma multidão que descia para se ir embora. Menos mal, porque a segunda parte do plano era apanhar o pôr-do-sol ou o início do seu ocaso.
E foi isto que não me contaram. A experiência de seres absorvido por uma paisagem fantástica e, também, pelo ambiente humano que ali se vive, iluminado por uma luz mágica e confortante. Talvez não quisessem estragarem-me a surpresa, o que agradeço.

Calhou-me a sorte de não encontrar um dia totalmente solarengo. As nuvens deram textura ao céu e criaram magníficos reflexos da luz do sol na água, cortada pela areia do Banco de Arguin, contornado por barcos que desenhavam linhas na água calma. A duna ofereceu um “suporte” irregular aos apontamentos de humanidade em comunhão com a natureza.

Sim, porque ao olhar em redor vi que cada um estava a desfrutar livremente de tudo o que este espaço natural lhe oferecia. Todos o viam à sua maneira, todos o sentiam de forma diferente.
Solitários que sorriam para si olhando o horizonte, casais que se aconchegavam e se olhavam em silêncio, grupos de amigos que faziam saltar rolhas de garrafas de vinho fresco, famílias que se libertavam nas emoções de pequenos e graúdos.
Na verdade, esta foi das poucas vezes em que, rodeado de gente, me senti parte de algo grandioso, de uma comunhão entre o humano e o natural.

Ali fiquei meio abstraído e meio atento ao que me rodeava. Suponho que com um sorriso nos lábios e, quando partimos, estava feliz.
A Duna do Pilat é composta por 60 milhões de m3 de areia e tem uma altura que ronda os 100 e os 115 metros. Está localizada em França, na zona turística da Baía de Arcachon, na comuna de La-Teste-de-Buch (Departamento da Gironda).
Pode chegar à Duna do Pilat a pé, de bicicleta, apanhando o autocarro Baïa em La-Teste-de-Buch (custo de 1 euro) ou de automóvel (custo de estacionamento 6 euros por 4 horas).
Galeria de Imagens











Morada:
Route de Biscarrosse (RD 218)
33115 Pyla-sur-Mer
44°35’23.5″N 1°12’49.0″W